Organizadores: Francis Portes Virginio e Instituto Migração, Gênero e Raça Editores
Editora: Expressão Popular
1ª edição. São Paulo.
Lançamento: fevereiro de 2022
Número de páginas: 92
Este livro é resultado de intensa colaboração entre universidades, servidores públicos estatutários, organizações da sociedade civil e coletivos de imigrantes. Em resposta às denúncias de mais de 300 imigrantes de diferentes nacionalidades sobre exploração no mercado de trabalho e suas demandas por acesso efetivo à proteção social no Brasil. Os autores e autoras buscam articular, na teoria e na prática, a migração ao sistema de direitos e de proteção social.
A fase contemporânea do neoliberalismo é marcada pela contínua transição do Estado como agente regulador do bem-estar social para agente repressor da agitação social, com o aumento do número de pessoas forçadas a emigrar em busca de proteção humanitária no Sul Global. Entretanto, países que recebem esses imigrantes têm conceitualizado a fronteira como direito à exclusão, facilitando, assim, formas de abuso e exploração contra imigrantes. Eles têm sido tratados como assunto de segurança nacional e submetidos a formas paralelas de subordinação em ações lideradas por forças policiais ou militares. Por sua vez, as responsabilidades sociais são removidas do quadro de políticas públicas e transferidas à filantropia e a programas de inclusão de imigrantes em formas de trabalho precário. Desigualdades raciais e de gênero, baixos salários, desemprego estrutural e alta informalização garantem a superexploração do trabalho como regra em vez de exceção. Consequentemente, os imigrantes dependem cada vez mais de suas redes comunitárias e estratégias de resistência na economia informal, carecendo da proteção do Estado.
Uma leitura para a reflexão e o diálogo voltados à formação de políticas públicas duradouras e à garantia de condições dignas de trabalho para os imigrantes no mercado de trabalho brasileiro. (Sinopse da plataforma da editora Expressão Popular)