ESCRAVIDÃO NA INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO E RAÇA: Um enfrentamento necessário
Nesta edição do Boletim Periódico do Observatório Social e do Trabalho, merece destaque a obra “ESCRAVIDÃO NA INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO E RAÇA: Um enfrentamento necessário”, publicada em 2023 pelo Ministério Público do Trabalho, Brasília-DF, sob a organização de Luísa Nunes de Castro Anabuki e Lys Sobral Cardoso.
“Das piores formas de degradação do ser humano, submeter um homem, uma mulher, uma criança ao TRABALHO ESCRAVO é expropriar sua dignidade, seu direito de ser e de existir no mundo, de ser protagonista de sua própria história. Em uma sociedade de herança escravocrata esta nefasta violação aos Direitos Humanos se evidencia de forma naturalizada, mais das vezes no campo, outras nas cidades, e, ainda, nos lares e nas famílias brasileiras, no viés do trabalho escravo doméstico, em que as violações são dirigidas, de regra, à população negra. A mulher negra é a mola propulsora da família brasileira sob a ótica da colonialidade. Na invisibilidade dos trabalhos nos lares, nos cuidados dos infantes e da alimentação, se viu e se vê posicionada nesta condição, seja nos serviços prestados às famílias nas quais a mulher branca pretendeu e alçou sua emancipação, seja nos próprios lares e famílias. Estas amarras e estigmas estão na ordem do dia para a erradicação, tal qual a eliminação e o combate ao Trabalho Escravo no Brasil. Nesta obra, sob diversos olhares e enfoques nos deparamos com análises críticas, jurídicas e sociológicas sobre as mazelas do Trabalho Escravo, com o propósito de alertar a sociedade sobre a premente necessidade do enfrentamento e da eliminação”. (Silvana da Silva, Procuradora do Trabalho, Membra do GE Escravidão, Gênero e Raça)